Acredite que o hype e a Semana de Moda Africana de Londres do último fim de semana – é a nona – foi um sucesso arredondado.
Realizado no cavernoso Freemanson’s Hall, no oeste de Londres – sua nova casa desde que se mudou dos enormes salões de Kensington Olympia em 2017 – os convidados de alto perfil incluem; Sua Excelência, a Rainha Diambi da RDC Congo, a Primeira-Dama do Estado de Ekiti (Nigéria), Sua Excelência Erelu Bisi Fayemi (Nigéria) e a Primeira-Dama do Estado de Kwara (Nigéria), Sua Excelência Olufolake Abdulrazaq; e a vice-prefeita de Integração Social e Engajamento Comunitário, Debbie Weekes-Bernard, do Gabinete do Prefeito de Londres.
A coleção “Africa Rising” da headliner Vanessa Gounden foi um banquete de gravuras ousadas e abstrações pictóricas que se orgulha de combinar impressão 3D e técnicas tradicionais sul-africanas revividas que levaram a descrições de seu trabalho como “arte vestível”. Gouden – uma magnata da mineração e ex-administradora política sob os presidentes Nelson Mandela e Thabo Mbeki – lançou sua marca de luxo no Reino Unido em 2011, seguida por sua loja principal em Mayfair, em Londres, em 2015.
Outro destaque foi a Soboye, a marca homônima do designer britânico-nigeriano Samson Soboye, que também é o principal estilista da AFWL pelo quinto ano consecutivo.
A coleção de couro preto e látex da britânica-ganesa Grace Owosu foi um deleite particular na maneira como ela recuperou o chique em couro de associações com o gótico ou sadomasoquista. Estudante de moda na Universidade de Northampton (Reino Unido), Owusu ganhou uma bolsa de estudos no início de março por sua coleção do último ano, cujo sucesso levou à sua inclusão na Africa Fashion Week London deste ano.
Tule – uma assinatura da MM London – apareceu em apenas um vestido em “Blood Sweat and Tears”, a linha de estreia masculina da headliner do ano passado, Mary Martin, cuja vaga de destaque foi dedicada ao aniversário de 400 anos do tráfico de escravos transatlântico. “Ela é extra, ela é incrível. Eu amo Mary Martin London”, disse a co-apresentadora Mercy Modupe Ajisafe sobre a impressionante mudança para o vestuário masculino, que continua a mostrar a elegância de Martin com cores e padrões luxuosos.
O diretor de cinema nigeriano Kunle Afolayan (Phone Swap, The Figurine) estreou sua marca “Ire Clothing”, que oferecia novas interpretações em dashikis e calças “Kunle’s kembe” nativas dos iorubás. “O fato de estar sendo exposto a essa comunidade faz com que seja um grande negócio para mim”, disse Afolayan sobre a marca de um ano de idade também estar disponível para venda nas barracas de exposição atendidas por Afolayan e assistentes.
Pela primeira vez este ano, a Africa Fashion Week London estampou com as empresas irmãs EPG Media e Bluxe como parceiros comerciais que introduziram novos segmentos para o evento de dois dias que inclui fóruns de negócios, uma passarela de caridade de celebridades e a boutique de luxo Blux com o objetivo de atrair uma variedade de públicos.
Localizado no Covent Garden, em Londres, o auditório central do Freemasons Hall tem duas seções; os níveis superiores que foram fechados para o evento, enquanto o piso principal – com capacidade para 900 lugares sentados – teve uma participação considerável no primeiro dia (sexta-feira) e estava completamente lotado durante as passarelas no segundo dia (sábado).
“No momento em que você começa a trabalhar na Nigéria, toda a sua vida é absurda”, disse a italiana Simone Cipriani, criadora da Ethical Fashion Initiative, uma organização conjunta do World Trade Center e das Nações Unidas. Ele estava falando durante um painel intitulado “O Negócio da Moda”, que atraiu questões sobre sustentabilidade e propriedade na indústria da moda do continente.
“A ação afirmativa é a chave para a diversidade”, acrescentou Capriani em uma longa lista de declarações sobre a moda africana que é independente dos mercados internacionais e da justiça e igualdade na indústria.
Uma pessoa – a modelo Misty Bailey – teve uma experiência desagradável nos bastidores que levou à expulsão do local, um fotógrafo do sexo masculino que havia pedido para tirar fotos dela nua. Isso aconteceu no segundo dia e pouco antes de ela subir ao palco para o primeiro desfile do dia. “Se eu não falasse, ninguém o faria. É meu dever dizer alguma coisa”, disse a modelo jamaicana (e cantora) que descreveu o homem não identificado como “uma rasteira”. Um assessor de imprensa da Africa Fashion Week London confirmou a reportagem de Bailey. Além disso, o homem não identificado – que trabalhou como fotógrafo independente em edições anteriores do desfile de moda – teve todas as imagens de sua câmera excluídas pelos seguranças, após o que ele foi banido do local. A experiência estragou o que foi uma noite de sucesso para a modelo estrela, que recebeu aplausos do público, independentemente das roupas de designer que ela usava no palco.
Perguntado sobre quanto planejamento foi feito para a realização da edição deste ano da AFWL, Uyai Akpan, Chefe de Operações da EPG Media e Blux, parceiros comerciais para a edição deste ano, disse: “Tudo foi centrado em torno da experiência do cliente e sua experiência autêntica da África em Londres”.
O co-anfitrião Mercy Modupe Ajisafe estava cheio de elogios mais elevados; “é o maior evento de moda africana da Europa”. Em ambas as noites, Ajisafe falou do interesse renovado da comida, da música e da moda do continente. Apresentadora pela primeira vez da Africa Fashion Week London, a ex-modelo mostrou-se convencida de que o sucesso dos estilistas apresentados ajuda a “erradicar o desemprego” nos países em que as roupas são produzidas: “isso é algo pelo qual sou super, super grata”.
